O presente e o futuro dos alimentos orgânicos no Brasil

Mudanças desencadeadas pela pandemia, como preocupação com saúde e com o meio ambiente, podem favorecer mercado de produtos orgânicos no Brasil?
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“Seria uma pena não aproveitarmos a crise sanitária para descobrir outras formas de adentrar a mutação ecológica”
(Bruno Latour, 29/03/2020)

A Flourish tem se proposto a trazer um novo olhar para a cadeia de alimentação, trabalhando com organizações com potencial de gerar impacto positivo para a saúde e bem-estar das pessoas e do planeta. Por conta disso, acreditamos que essa crise sanitária pode ser também uma oportunidade de repensar modos de produzir e de consumir alimentos. Como questiona o filósofo francês Bruno Latour, será que é realmente o caso de continuar esta forma de produzir e vender o que tiramos da terra? É importante não perder de vista o objetivo 2 da Agenda 2030, da ONU: eliminar a fome, alcançar a segurança alimentar, melhorar a nutrição e promover a agricultura sustentável. Considerando que momentos de crise podem acelerar mudanças e transformar paradigmas, acreditamos que a produção e o consumo de alimentos orgânicos pode ser uma resposta a esse desafio.

O texto a seguir representa nosso melhor entendimento do atual estágio do consumo de alimentos orgânicos no Brasil, com algumas pinceladas de algumas tendências internacionais que marcam o momento atual. Nesta primeira versão, pretendemos oferecer aos leitores uma base para as discussões que vão acontecer no webinar “O consumo de alimentos orgânicos no Brasil”, que vai acontecer no dia 23/06/2020, às 16h. Inscreva-se para participar!

Pandemia: o que mudou, o que podemos mudar

Em dezembro de 2019, o governo chinês confirmou o primeiro caso de Covid-19. Japão, Coreia do Sul, Itália e Estados Unidos registraram os primeiros casos da doença em janeiro. No mês seguinte, foi confirmado o primeiro doente no Brasil. Em março a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou a Covid-19 como pandemia. Em um tipo de efeito dominó de escala mundial, cidades, estados, países decretaram medidas de isolamento social para conter a disseminação do vírus. O “Fique em casa!” tem transformado a economia, os empregos, as escolas, enfim, a vida de milhões de pessoas ao redor do mundo.

Neste intervalo de tempo tão curto, quando estamos nos adaptando aos efeitos da pandemia, quando ainda alguns choram a perda de pessoas queridas e tantos outros vivem a aflição de como gerar renda para suas famílias, inúmeras questões são feitas sobre “como será o futuro” – palavra que ganhou outro peso ou outra carga de sentimentos e significados. Assim, tão certo como o distanciamento social é a melhor maneira de prevenir a contaminação pelo vírus, o fato é que muitas mudanças que temos adotado serão definitivamente incorporadas em nossos cotidianos e que novas escolhas irão emergir deste momento. Em artigo publicado em março no jornal Financial Times, o historiador Yuval Harari, que ficou conhecido por seu livro Sapiens: uma breve história da humanidade (2011), afirmou que a mobilização mundial contra a pandemia da covid-19 deve provocar mudanças não apenas nos sistemas de saúde e na economia, mas também em nossa cultura.

Essas mudanças devem incluir também hábitos de compra e consumo. Por exemplo, cozinhar e comer em casa (comportamento que segue outra tendência, a do “Faça você mesmo”) e uma série de cuidados com a saúde, são algumas das mudanças que várias famílias estão vivenciando e que poderão perdurar para além da pandemia. Segundo reportagem publicada na revista Trip, uma tendência será “buscar fornecedores que nos inspirem confiança” ou voltar a valorizar a procedência do produto. E a questão ambiental? Este tema tem ganhado relevância a partir da consciência das interconexões no planeta, o que é feito localmente têm efeito global.

O que todas essas mudanças podem representar do ponto de vista dos hábitos de consumo para o cenário pós-pandemia? O quanto essas mudanças podem nos ajudar a visualizar um mundo mais sustentável e resiliente? Quando diversas cidades apresentam decréscimo em seus níveis de poluição, quando animais voltam a circular em ambientes urbanos, quando diversas famílias adotam alimentação mais saudável, que lições podemos tirar da pandemia que possam nos ajudar a enfrentar as mudanças climáticas, desafio com impactos potencialmente mais catastróficos e duradouros?

Os cuidados com a saúde têm feito aumentar o consumo de alimentos capazes de manter e melhorar a imunidade do corpo. Ainda que em menor grau, cresce também a consciência sobre a relação direta entre meio ambiente e a produção de alimentos. Nos dois exemplos, a produção e o consumo de alimentos orgânicos ganham relevância.

Dados de um relatório das Nações Unidas sobre a emissão de gases que causam o efeito estufa indicam que os países falharam em impedir o crescimento das emissões globais até agora. E que, com isso, os cortes nas emissões necessários para atingir a meta para 2030 terão que ser mais profundos e rápidos, ou seja, eles dependem de uma grande transformação em nossas sociedades, em várias áreas da economia. Considerando que a produção de alimentos baseada no uso de adubos nitrogenados é uma das atividades que mais contribuem com a emissão de gases do efeito estufa[1], é correto dizer que a agricultura certamente é uma delas.

Essa transformação depende, por um lado, de mudanças dos agricultores no sentido de adotar modelos menos dependentes de fertilizantes e defensivos agrícolas, e por outro, de mudanças no comportamento do consumidor. Mudanças que já estão acontecendo, ainda que em pequena escala.

A partir da leitura do atual cenário antecipamos algumas forças que podem incentivar ou desacelerar o movimento de consumo de produtos orgânicos no Brasil.

Forças incentivadorasForças inibidoras
● Cresce a importância da alimentação feita em casa e o desejo de saber de onde vem o alimento que cozinhamos;

● Mudança de modelos mentais e valorização do que é essencial para viver (por conta do isolamento), fazendo crescer a importância de uma alimentação saudável;

● Ganho de relevância da saúde – não ter problemas de saúde pré-existentes (obesidade, hipertensão, diabetes) que aumentam a vulnerabilidade ao Covid19;

● Maior consciência sobre como os problemas locais estão conectados com o planeta como um todo.
● Dificuldade de acesso a alimentos orgânicos provocado por quebras de cadeias como restaurantes locais que poderão deixar de existir;

● Crise econômica, levando mais pessoas a fazerem escolhas baseada no preço do produto.

Breve história do mercado de orgânicos

Diante de gôndolas de supermercado lotadas, de uma oferta massacrante de marcas, submarcas e de um conjunto grande de certificações e selos, a certificação orgânica desponta como uma mensagem simples de benefício para a saúde das pessoas e do planeta, que conecta produtores e consumidores. Como consequência, do ponto de vista do mercado, a organização de áreas e subáreas, até uma completa fusão destas linhas para atrair consumidores já acontece nos mais diversos centros de varejo do país.

Apesar de algumas percepções variadas sobre o seu significado, particularmente sobre a obrigatoriedade (conforme será visto a seguir em relação ao mercado brasileiro), o selo orgânico ganhou espaço em relação à outras tentativas de educar as pessoas. Produto “natural”, “local”, ou “Fair Trade” (comércio justo) são outros exemplos de rótulos ou definições que muitas vezes podem estar associados a um produto orgânico certificado, porém que não apresentam definições e/ou percepções tão claras.

Foi na década de 1970 que chegaram no mercado europeu os primeiros produtos orgânicos. O aumento da produção, dos interesses de consumo e de mercado para esses motivos incentivou tanto os produtores quanto as autoridades mundiais a atuarem no sentido de regular essa atividade. Em 1972 foi criada a Federação Internacional do Movimento da Agricultura Orgânica (International Federation of the Organic Agriculture Moviment – IFOAM), organização não-governamental que abriga organizações, incluindo certificadoras, processadores, distribuidores e pesquisadores de 120 países. Os padrões criados pela IFOAM têm servido de base para o trabalho de certificação de inúmeras entidades certificadoras de todo o mundo. No Brasil, as primeiras iniciativas de certificação de produtos orgânicos datam da década de 1980, quando algumas cooperativas se organizaram para buscar formas de credenciamento das propriedades que adotavam sistemas de produção orgânica, culminando com a criação do “Selo Produto Orgânico Brasil” em 2009[2]. A linha do tempo a seguir ajuda a entender como se deu esta construção.

Consumo de orgânicos no Brasil

Em diversos textos e depoimentos sobre a importância de consumir produtos livres de agrotóxicos e/ou sobre a decisão de comprar produtos orgânicos, é possível traçar o seguinte perfil (“persona”):

  • geralmente mãe, mas podendo ser o pai, na faixa dos 30 anos, que, a partir do primeiro filho(a), não querendo que seu primogênito coma alimentos contendo resíduos de agrotóxicos, investe em alimentos orgânicos.
  • família com condições financeiras de viabilizar esta decisão, geralmente faz parte das classes sociais mais afluentes, ou seja, classes “A” ou “B”.

Uma pesquisa da Organis, entidade que reúne empresas, produtores e fornecedores brasileiros, engajados na causa dos orgânicos e que trabalha para o desenvolvimento contínuo do setor, realizada em 2019, com mais de 1 mil entrevistados de todas as regiões do Brasil, ajuda a traçar uma radiografia do atual mercado brasileiro de consumo de orgânicos. Alguns dos destaques da pesquisa:

  • Quase 20% da população brasileira consome produtos orgânicos pelo menos uma vez por mês – em 2017, esse número era de 15%. A região Sul é a que mais consome, com 23%.
  • Entre as principais razões de compra, 84% daqueles que consomem apontam o benefício percebido para a saúde. Podendo citar mais de uma razão de forma espontânea, apenas 9% apontam o benefício para o meio ambiente como razão para consumo.
  • A experiência de compra se dá, sobretudo, em feiras (87%) e supermercados (61%). Por outro lado, lojas exclusivas de produtos orgânicos representam apenas 4% e compras online representam somente 1%.
  • A principal barreira é o preço (65%), seguido pela disponibilidade ou acesso – “dificuldade de encontrar os produtos” (27%).
  • Ainda é muito pequena a percepção sobre outros produtos orgânicos, além dos alimentícios. Apenas 16% dos entrevistados sabem da existência de outras categorias de produtos e sabem citar uma ou mais dessas categorias. Por exemplo, a existência de roupas produzidas a partir de algodão orgânico é percebida por apenas 3% dos entrevistados.

Muito relevante na pesquisa é a percepção sobre a existência de um selo para certificar se um produto é realmente orgânico e de sua obrigatoriedade. 69% das pessoas que afirmam consumir produtos orgânicos pelo menos uma vez por mês sabe da existência do selo “produto orgânico”. A partir do conhecimento do selo orgânico, 90% reconhecem sua obrigatoriedade para que o produto possa ser considerado “orgânico”. Ou seja, o processo de formação/ampliação deste mercado ainda esbarra na própria percepção do que é realmente um produto orgânico. Entretanto, já houve uma evolução dessa percepção com relação a mesma pesquisa realizada pela Organis em 2017, conforme gráfico a seguir.

Outro aspecto que merece ser destacado na pesquisa é como esse público consumidor percebe a diferença de preço entre produtos orgânicos e convencionais. 75% dos entrevistados consideram os produtos orgânicos muito mais caros ou mais caros. Desse percentual, 48% acredita que essa diferença se justifica por conta de o processo de fabricação ser mais caro. Já 52% das pessoas não acredita que haja justificativa para os produtos orgânicos serem mais caros. O primeiro motivo que elas apontam é que eles deveriam ter o preço compatível com produtos convencionais para incentivar o consumo (20%). O segundo motivo mais citado pelos entrevistados é que a produção desses alimentos dispensa gastos com agrotóxicos (15%).

Afinal, por que o alimento orgânico é mais caro? Muito provavelmente há razões distintas para cada produto ser mais caro, mas vamos explorar mais sobre esta questão no próximo texto, quando trataremos a agricultura orgânica sobre a ótica da produção. 

O mercado internacional

Dados internacionais confirmam a nossa hipótese de que o mercado brasileiro de produtos orgânicos ainda é tímido em relação a outros países, sobretudo nos EUA, Canadá e países da Europa. Quando consideramos o principal relatório que consolida dados sobre consumo e/ou produção de orgânicos de todo o mundo, as informações que saltam aos olhos são:

  • o mercado mundial de consumo de produtos (alimentos) orgânicos multiplicou cerca de quatro vezes de 2003 a 2017, chegando próximo a US$100 bilhões.
  • América do Norte (EUA e Canadá) e Europa respondem por quase 90% do mercado mundial de vendas no varejo, com 47% para o primeiro e 41% para o segundo. Para reforçar o potencial importador destas duas regiões, seus países representam apenas cerca de 25% da área mundial plantada de orgânicos.
  • Fica difícil colocar o Brasil em qualquer análise para comparação do consumo de produtos orgânicos com os países destes dois blocos. A título ilustrativo, enquanto o consumo de orgânicos per capita nos EUA foi de 112 euros em 2017, no Brasil foi de 4 euros em 2016 (segundo dados mais recentes em cada país).

No entanto, há que se lembrar que, no caso brasileiro, considerando que muitas pessoas adquirem orgânicos diretamente em feiras e/ou através de Grupos de Consumo Responsável (GCR)[3], os números de um provável mercado informal de venda de produtos orgânicos podem não estar sendo capturados na consolidação desses dados.

Outro aspecto que dificulta a comparação do Brasil com países desenvolvidos é o poder de compra que está embutido nestes números. No caso da comparação ilustrativa do consumo per capita dos EUA vis-à-vis o do Brasil, os números não querem dizer que há uma predisposição de consumo entre 25-30 vezes maior, mas que há outros fatores, como o de poder de consumo, o que pode até levar a maior oferta de produtos orgânicos em mercados de países desenvolvidos.

Tendências internacionais

Fundada em 1980 na cidade de Austin no Texas, a partir da fusão de dois “mercadinhos de produtos naturais”, o Whole Foods Market, atualmente com mais de 500 lojas, se auto apresenta como “líder mundial em alimentos naturais e orgânicos”, fato comprovado pelo último relatório do IFOAM.

Esta que é hoje uma das mais famosas redes de supermercado norte-americanas, adota um padrão de qualidade próprio, que vai além do exigido pelas agências que regulam o setor de alimentação. Por exemplo, eles mantêm uma lista de ingredientes proibidos nos produtos que comercializam e dão visibilidade a esses ingredientes “não permitidos” para seus consumidores. Um de seus fundadores, John Mackey, foi também idealizador de um movimento para renovação do capitalismo que, segundo ele, deve contemplar todos os stakeholders, ao invés de atender exclusivamente os interesses dos acionistas. O movimento Capitalismo Consciente é um dos grandes influenciadores de uma nova geração de empresas e empreendedores.

Em 2017, o Whole Foods foi adquirido pela Amazon por US$ 13,7 bilhões. Esta aquisição fez com que a gigante de tecnologia e comércio eletrônico capturasse 3,7% das vendas de supermercados (“grocery sales”) dos EUA, categoria ainda dominada por varejistas tradicionais como Walmart.

O Whole Foods, que publica anualmente uma lista de tendências em alimentação, escolheu como tendência número 1 para o ano de 2020, o consumo de produtos de “Agricultura Regenerativa”. Esta lista não se refere aos produtos mais consumidos, e sim do que essa influente cadeia de varejo entende como tendência de consumo em 2020, com potencial de crescimento para os anos seguintes. É o Whole Foods, usando sua relevância para também formar a opinião de seu público. Ao mesmo tempo, o fato de a “Agricultura Regenerativa” ocupar o primeiro lugar na lista de tendências expressa uma resposta e compromisso com um tipo de público para o qual importa, cada vez mais, conhecer de onde vem e como é produzido o produto que chega até os centros urbanos e é disponibilizado nas gôndolas dos supermercados.

Nós, da Flourish, também acreditamos que esta escolha é uma tentativa da cadeia de supermercados Whole Foods sinalizar seu alinhamento com a agenda de mudanças climáticas, uma vez a produção dos produtos que a rede comercializa deve, por definição, aplicar práticas capazes de reconstituir solos degradados, aumentar a biodiversidade e capturar carbono. Trata-se, portanto, de enfatizar os benefícios ambientais para além dos muitos outros benefícios percebidos pelas pessoas que estão relacionados à agricultura orgânica.

A preocupação em passar uma mensagem clara sobre a importância dos produtos orgânicos e de uma alimentação saudável está presente nas principais cadeias de supermercados. Em menor ou maior grau boa parte dos estabelecimentos têm introduzido esse tipo de produto como uma opção para seus clientes.

Em um evento que aconteceu em Boston em 2019 (“Food Edge”), Jim Foltz, vice presidente da holding Albertsons, dona de marcas de supermercados que juntas representam a terceira maior cadeia dos EUA, disse que o fator decisivo de atração de pessoas para suas lojas, chama-se N.O.S.H.E., acróstico para Natural, Organic, Special, Healthy, Ethnical (Natural, Orgânico, Especial, Saudável e Étnico), sendo que este último termo havia sido recentemente acrescentado em função da grande população de origem estrangeira que vive nos Estados Unidos. Novamente aqui observamos a relevância da oferta de produtos orgânicos para atender ao público urbano frequentador das cadeias de supermercado para ter acesso à alimentos.

Toda essa demanda e interesse pelo consumo de orgânicos faz o especialista em mercado global de orgânicos do IFOAM questionar se não há risco de a produção não atender o crescimento da demanda:

A oferta de alimentos orgânicos parece estar defasada em relação à demanda. As vendas de alimentos orgânicos aumentaram quase quatro vezes entre 2003 e 2017; no entanto, a quantidade de área plantada aumentou menos. Se essa tendência continuar, há preocupações sobre os déficits no suprimento de alimentos orgânicos[4]

Dentre os vários fatores que interferem no valor cobrado por um produto, a demanda superior à oferta faz com que o preço a ser praticado sofra pressão para ser maior. Caso existam mecanismos ou políticas que possam destravar alguns dos gargalos da produção orgânica, talvez seja possível atingir um ponto ótimo, com preços mais competitivos e aumento da oferta de produtos mais saudáveis.

Questões para discussão durante o Webinar

  • O que poderá mudar no atual cenário de pandemia e no pós-pandemia para a consolidação e/ou evolução do consumo de produtos orgânicos no Brasil?
  • No ambiente de muitos selos e certificações, quais elementos são positivos e negativos com relação à certificação orgânica ou ao selo produto orgânico?
  • O que pesquisas e números do mercado brasileiro apontam como desafios e oportunidades?
  • O que algumas dessas tendências e sinais internacionais representam, ou podem representar de oportunidade para a agricultura orgânica no Brasil?

Convido a todos à participar do webinar “O consumo de alimentos orgânicos no Brasil”, junto a vários especialistas e empreendedores do setor, dia 23/06/2020, às 16h. Inscreva-se!

CRÉDITOS | Redação: Gustavo Mamão e Patrícia Mariuzzo | Revisão: Patrícia Mariuzzo | Imagens: Bárbara Xavier

Notas:

[1] Esses fertilizantes possuem perdas de mais de 40% em eficiência nas lavouras. Isso ocorre devido a vários fatores, entre eles, o processo bioquímico chamado desnitrificação, que acontece pela ação de microrganismos que vivem no solo, tornando-o emissor de óxido nitroso, gás associado às mudanças climáticas e à destruição da camada de ozônio. Fonte: Embrapa (https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/36745906/pesquisa-mede-emissoes-de-gas-de-efeito-estufa-por-adubos-nitrogenados-no-feijoeiro).

[2] ALVES, Alda Cristiane Oliveira; DOS SANTOS, André Luis de Sousa; DE AZEVEDO, Rose Mary Maduro Camboim. Agricultura orgânica no Brasil: sua trajetória para a certificação compulsória. Revista Brasileira de Agroecologia, [S.l.], v. 7, n. 2, sep. 2012. ISSN 1980-9735. Disponível em: <http://revistas.aba-agroecologia.org.br/index.php/rbagroecologia/article/view/10085>.

[3] Relatório do Mapa de Feiras Orgânicas do IDEC aponta a existência de 792 Feiras Orgânicas ou Agroecológicas e 66 Grupos de Consumo Responsável no Brasil – www.feirasorganicas.org.br acessado em 22/04/2020

[4] SAHOTA, Amarjit. The global market for organic food & drink. IN Willer, Helga and Julia lernoud (Eds) (2019): The World of Organic Agriculture. Statistics and Emerging Trends. 2019. Research Institute of Organic Agriculture (FiBL), Frick and IFOAM – Organics International, Bonn. P. 148.


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  1. Infelizmente, a pandemia de Covid 19 deve aumentar a disparidade entre potencial e realidade de consumo de produtos orgânicos no Brasil. De fato, existe aumento na consciência da importância de alimentos saudáveis como forma de melhorar a imunidade à certas enfermidades e melhoria no bem-estar. Mas, as consequências econômicas da atual crise reduzirão o potencial de compras de muitas famílias de classe média e empobrecerão, ainda mais, as classes mais baixas. Diante essa dificuldade, a tendência, no curto prazo, é opção pelo mais barato, para aumentar a quantidade das compras o suficiente para alimentar a família.
    Enfim, acredito que os possíveis efeitos benéficos que refletirão no aumento do consumo ocorrerão no médio e longo prazos

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